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Entrevista | “Nada está perdido, o aprendizado não para”, diz presidente do Sinepe/SC sobre 2020

Por: Marcos Schettini
10/12/2020 17:39 - Atualizado em 10/12/2020 17:40
Divulgação

Em entrevista exclusiva concedida ao jornalista Marcos Schettini, o presidente do Sindicato das Escolas Particulares de Santa Catarina, Marcelo Batista de Sousa, apontou inúmeros aspectos que prejudicaram a educação neste ano em que tudo foi marcado pela pandemia, por outro lado afirma que “nada está perdido. O aprendizado não para. Estamos todos desenvolvendo inteligências capazes de superar dificuldades.”

Defensor pleno do retorno às atividades normais em sala de aula, o professor afirmou que o prejuízo à educação é incalculável, mas que poderia ter sido amenizado caso as autoridades confiassem nos resultados dos estudos científicos.

Marcelo ainda falou das ações do Sinepe em Santa Catarina, que mantém um cuidadoso protocolo sanitário, resguardando a segurança dos alunos e profissionais da educação. Confira:


Marcos Schettini: Com o fim de 2020, qual sua avaliação no setor educativo?

Marcelo Batista de Sousa: O setor educativo acumula o maior prejuízo de toda a cadeia produtiva brasileira. Muito além dos danos econômicos para o segmento, é impossível avaliar o mal que o fechamento das escolas, na insana suposição de que poderia ser fonte de propagação do vírus, provoca na formação e no emocional dos alunos e professores.


Schettini: O coronavírus mudou o método de ensino mundial?

Marcelo: Sim. Aposto que nos próximos tempos serão publicadas conclusões científicas que vão revolucionar esse entendimento de mudança, e logo se saberá com maior clareza o que é vital no progresso civilizatório.


Schettini: A chamada segunda onda de contaminação traz quais medidas a serem adotadas?

Marcelo: Discordo dessa classificação da pandemia em “ondas”, como se fosse possível avaliar onde começa e onde termina a contaminação por vírus. Estamos diante de um processo biológico que se mescla ao sistema formado por corpo e mente. Cabe a cada um seguir a recomendação médica e nortear nossas ações de plena conformidade com o manual sanitário que a situação exija.


Schettini: A volta às aulas presenciais ajuda ou piora?

Marcelo: Ajuda sob todos os aspectos. O que quero ressaltar é que é preciso compreender que, além da razão, podemos usar os sentimentos a favor do retorno às aulas presenciais. Há que se destacar também que a ciência nos apoia. Dizer o contrário, isto é, que “vai piorar”, é dar costas ao conhecimento até agora acumulado por países de reconhecido respeito nessa área.

Schettini: Qual o tamanho do prejuízo no setor educativo e como será o futuro?

Marcelo: Citar números para quantificar os prejuízos seria uma temeridade. Isto porque a perda verificada ainda é incalculável. O que se sabe, e é do conhecimento de todos, há muitas mazelas que poderiam ser evitadas pelo maior controle da estupidez de conhecidos gestores públicos, os quais vem pautando seus atos pelo “achismo”, ao invés de pautar seus decretos, portarias etc. pelo conhecimento científico.


Schettini: O adulto é mais irresponsável diante da doença que as crianças?

Marcelo: Só a educação conserta o Brasil. Atribuir culpas ou responsabilidades numa pandemia tem tanto valor quanto uma nota de três reais. O descontrole dos sentimentos, neste período de prosperidade de uma doença ainda desconhecida, se alastra sem dar abertura para a reflexão. Isso pode gerar reações impulsivas de uma imensa maioria e causa temor a todos que se preocupam com o futuro da educação brasileira.


Schettini: O sistema EAD é uma realidade que vai prejudicar o conhecimento?

Marcelo: O leque de opções na área educacional é inesgotável. Embora seja um clichê, ouso dizer que quem tem competência haverá de se estabelecer.


Schettini: O que o Sinepe vai adotar para dar segurança às crianças e adolescentes?

Marcelo: O Sindicato das Escolas Particulares de Santa Catarina, representante das 1.300 unidades, de creches às universidades, que se espalham pelo Estado levando educação de qualidade, onde estudam cerca de 500 mil alunos e trabalham mais de 40 mil profissionais, mantém um cuidadoso protocolo sanitário, resguardando a segurança. Sem descuidar dos mínimos detalhes, seguindo com rigor o que estabelece a autoridade médica e sanitária.

Schettini: O ano foi perdido ou um aprendizado para evitar novos tropeços?

Marcelo: Nada está perdido. O aprendizado não para. Estamos todos desenvolvendo inteligências capazes de superar dificuldades. Aliás. É essa capacidade de evolução e adaptação que caracteriza o ser humano.


Schettini: Onde o governo é ou não culpado em tudo isso?

Marcelo: Ao se omitir e adotar decisões ao arrepio do conhecimento científico, o governo causa danos à coletividade. Isso pode acabar piorando o que já estava ruim.


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